Morreram mais de uma centena de pessoas
No minuto do acidente estava a chover e a pista estava alagada.
Estes são os factos.
Óbviamente ninguém investigou com rigor as causas do acidente. Desde o erro do piloto, à chuva ou o alagamento da pista sem canais de escoamento, todas as hipóteses valem.
Pois é. Mas mesmo antes de qualquer coisa ser investigada há que defender os seus interesses.
É o que faz um sindicalista dos pilotos citado pelo "Estadão" de S. Paulo.
Bilhante no timing, brutal nas palavras e criando a frase do dia.
Estratégicamente construiu uma realidade mediática que pode condicionar a realidade a favor do seu interesse.
O acidente com o Airbus A-320 da TAM foi causado pela falta de ranhuras
transversais na pista principal do Aeroporto de Congonhas, reaberta em 29 de
junho. A afirmação é do agente de segurança de vôo do Sindicato Nacional dos
Aeronautas, Carlos Camacho. As ranhuras - chamadas de grooving e necessárias
para o escoamento de água - só podem ser feitas no concreto da pista um mês
depois de ela ficar pronta. Isso porque é necessário que o concreto se consolide
para as máquinas executarem o serviço. Sem isso, a água pode empoçar e causar
aquaplanagem.
"Era de se esperar que isso ocorresse", disse Camacho. "A
solução agora é enterrar os mortos." O sindicalista também culpou a "ganância das empresas e a incompetência da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)" pelo acidente. "Sempre defendemos que o aeroporto deveria fechar enquanto a reforma não fosse concluída, mas ninguém quer abrir mão dos lucros."
Camacho afirmou, ainda, que a pista deveria ter concreto poroso na lateral para que, em caso de derrapagem, o avião fosse detido pelo concreto, que afundaria, reduzindo as conseqüências do acidente. Mas isso, disse ele, nem sequer foi analisado pela
Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). "As pessoas
morreram gratuitamente."
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