Os jornalistas usam uma espécie de “Tábua dos 10 Mandamentos” para escolher as notícias e o seu destaque.
Chamam-lhe critérios editoriais, mas é um disfarce.
Bom, digamos que tem uns quantos que são verdadeiros ou mesmo aproveitáveis. Uma notícia é-o porque é nova interessante e diz coisas às pessoas.
Mas há os chamados critérios escondidos. Aqueles que de facto atraem as audiências. São os assuntos mais negros ou picantes da existência humana.
A morte, o sangue, o sexo, o sinistro.
É aqui que se explica porque o caso da menina Madeleine, desaparecida no Algarve - enche jornais de papel, falados na rádio e vistos na TV.
O caso Madeleine incorpora em si um eventual rapto por motivos sexuais e quiçá um homicídio.
Uma criança raptada, violada e morta é o topo da colina de qualquer escolha editorial tablóide que se preze.
Mais um pouco e só falta chafurdar na lama.
Nesse momento estaremos todos em frente de tv a ver.
No dia seguinte podemos todos criticar o assunto.
Mas já vimos e directo e ao vivo.
A alma negra dos jornalistas está de novo sintonizada com a do povo.