O excesso de comunicação é pior que o excesso de velocidade.
Mas pior do que andar a 200/h numa auto-estrada é apanhar uma lesma a
A velocidade da comunicação sobre a gripe pandémica varia do pânico geral ao congelamento.
Vamos aos factos:
A Direcção-Geral da Saúde avisou publicamente que as vacinas da gripe eram escassas (como todos os anos) e que por isso a prioridade era vacinar os doentes crónicos e os velhos.
Com a conversa mediática sobre a Grande Gripe Que Aí Vem em fundo o povo percebeu rapidamente que ia haver racionamento.
Como é???!! Não vou ter vacina para a gripe???? Isso é que vamos ver!!!
O tuga como sempre dedicou-se a desenrascar. Choramingou junto do médico de família, meteu uma cunha ao farmacêutico, arranjou várias receitas, inventou que era muito doente….
E pelo sim, pelo não, encomendou a vacina da gripe em 10 farmácias diferentes. Ficou em lista de espera… e esperou.
Quando a industria farmacêutica colocou os lotes à venda, o tuga conseguiu a sua vacina.
E como o tuga satisfeito quer que o próximo se lixe, não avisou as outras farmácias onde estava à espera.
Está bom de ver o que aconteceu: as vacinas começaram a sobrar nas farmácias, os armazenistas cancelaram as encomendas e as fábricas de vacinas começaram a fazer contas ao dinheiro perdido.
O pior é que nem metade dos que deviam levar a vacina a tomaram.
Portanto, a comunicação exagerada levou a uma corrida às farmácias. A falta de comunicação levou à sobra de medicamentos.
Mas a existência mediática é uma onda sem fim.
Agora fala-se outra vez na gripe e a procura das vacinas voltará a crescer.
E todos ficamos felizes e a ganhar. A indústria, os media e o Grande Estado que a todos protege com carinho e amor.
Quando é a próxima? Estou
ansioso.